"NÃO HÁ NADA A TEMER"
"UM CURSO EM MILAGRES" Lição 48
Ou teremos coragem e honestidade
suficientes para admitir que não temos tanta certeza assim de que, como diz a
ideia para as práticas de hoje, "não há nada a temer"? Ou a qualquer
ruído estranho corremos a fechar portas e janelas, buscando proteger-nos e às
pessoas que estão próximas de nós de um "perigo" que, se pensarmos
bem, só pode estar em nossa cabeça? Ou ainda não entendemos que "não há nada fora"? Ou não queremos entender?
E a ameaça nuclear dos países que têm
bombas atômicas em seus arsenais de guerra e podem querer usá-las para atacar
outros países, ou para se defenderem das ameaças de outros? E os países que
estão tentando construir as bombas nucleares e fazendo testes com elas? E os
fabricantes de armas, que contratam guerras para vender seu produto? E as armas
químicas? As biológicas? E o vírus? Será que foi criação de alguém para
disseminar o medo e a doença, como já ouvi algumas teorias da conspiração
afirmarem?
E os venenos da indústria de
defensivos agrícolas? E os venenos disfarçados em remédios que nos enfia goela
abaixo a indústria farmacêutica? E os médicos e profissionais da medicina de
hoje, a serviço das indústrias farmacêuticas? Médicos que nem olham para seus
pacientes e mal os examinam, e que, a partir da descrição dos sintomas, ou de
resultados de exames, receitam uma batelada de remédios, caros muitas vezes,
que não curam, mas entorpecem, amenizam os sintomas e viciam o paciente, para
que ele se torne um consumidor constante daquele remédio.
E o terrorismo que põe em risco a
vida de milhares de pessoas diariamente pelo mundo inteiro? E o tráfico de
drogas, que requisita o serviço de milhares de jovens e crianças e as armas
para defenderem seus pontos?
E a violência doméstica, na maior
parte das vezes não denunciada ou declarada, que sofrem mulheres e crianças em
seus próprios lares no mundo todo, sem que haja uma solução visível para ela,
nem a longo, nem a médio, que dirá a curto prazo?
E a violência que agride as pessoas
que ousam pensar de modo diferente e buscar diferentes modos de exprimir sua
alegria, sua individualidade? A violência contra os homossexuais? As lésbicas?
Os/as transexuais? As pessoas de pele negra? Os imigrantes em países de pessoas
que temem perder seus empregos para um estrangeiro? E a violência contra as
mulheres? E a violência contra as pessoas que têm crenças religiosas diferentes
das nossas? E a violência contra as pessoas que professam posições políticas
diferentes das que temos?
E a poluição que ameaça destruir a
vida natural do planeta, aquecendo-o até o ponto em que ele vai virar um
inferno de fogo?
E os hackers? E os vírus de
computador? E os conglomerados internacionais que sufocam a economia e
perpetuam a pobreza e o subdesenvolvimentos dos países pobres?
E, de novo, o vírus e esta pandemia?
Quantos e quantas ainda vão morrer até que se crie a tal "imunidade de
rebanho", ou que todos e todas sejam vacinados/as? Por quanto tempo ainda
vai perdurar o medo de se sair à rua, sem máscara, sem álcool gel, sem
proteção? Quantas variantes diferentes do vírus vão surgir para que a ameaça
não diminua?
E, e, e, e...?
Comecemos a explorar a lição antes de
afundarmos em um mar de aparentes ameaças à vida em todas as suas formas como a
conhecemos:
A ideia para hoje simplesmente
declara um fato. Não é um fato para aqueles que acreditam em ilusões, mas
ilusões não são fatos. Na verdade, não há nada a temer. É muito fácil
reconhecer isto. Mas, para aqueles que querem que as ilusões sejam verdadeiras,
é muito difícil reconhecê-lo.
Percebem a diferença que há entre
buscar a sintonia com os Pensamentos de Deus, deixando para trás o mundo, e
estar em sintonia com os pensamentos e crenças do ego?
O mundo é ilusão, é sonho, não
criação de Deus. Reflete apenas aquilo que cada um, ou cada uma, de nós traz no
interior de si mesmo/a. Se sintonizados à crença do ego na separação, vamos ver
um mundo cheio de ameaças, de dor, de guerras, de tristezas, de mágoas, de
ódios, ressentimentos, carências, escassez, depressão, violência, loucura e
morte.
Ilusões que inventam e ampliam
ilusões.
Não há nada a temer.
A menos que queiramos que as ilusões
sejam reais, isto é, orientados pelo orgulho e pela pretensa onipotência do
ego, acreditarmos que há no mundo alguma coisa de valor, algo pelo qual valha a
pena lutar, algo pelo qual valha a pena viver.
Neste caso teremos medo de perdê-la e
nos alinharemos àqueles para quem o mundo das aparências e das formas, da
ilusão, tem alguma coisa que querem.
Não há nada a temer.
Por quanto tempo ainda vamos dar
força às crenças do ego, e do mundo que ele inventou? Por quanto tempo ainda nos deixaremos enganar,
acreditando que alguma coisa, pessoa, ou situação, fora de nós pode nos
ameaçar, ferir ou matar?
É por isso que a lição nos instrui
assim:
Os períodos de prática de hoje serão
muito breves, muito simples e muito frequentes. Repete simplesmente a ideia
tantas vezes quanto possível. Podes usá-la de olhos abertos a qualquer momento
e em qualquer situação. Recomenda-se com veemência, porém, que reserves cerca
de um minuto sempre que possível para fechar os olhos e repetir a ideia
lentamente para ti mesmo várias vezes. É particularmente importante que
utilizes a ideia imediatamente, se alguma coisa perturbar tua paz de espírito.
É particularmente importante que nos
lembremos de aplicar a ideia: Não há nada a temer, se qualquer coisa se
apresentar para perturbar nossa paz de espírito.
Esta é uma das lições mais poderosas
de todo o Curso, em meu modo de entender, e pode transformar nossas vidas num
piscar de olhos, caso a levemos suas práticas a sério, caso reconheçamos a
verdade eterna que há em suas palavras, caso a pratiquemos e caso a apliquemos
a partir de hoje a tudo e a todos em nosso dia-a-dia.
Como a lição nos orienta, por fim:
A presença do medo é um forte indício de
que estás confiando em tua própria força. A consciência de que não há nada a
temer demonstra que em algum lugar em tua mente, embora não necessariamente em
um lugar que já reconheças, tu te lembraste de Deus e deixaste a força d'Ele
tomar o lugar de tua fraqueza. No instante em que estiveres disposto a fazer
isto, de fato, não há nada a temer.
É a isso que se refere o "não
fazer nada" do Curso. Basta que nos lembremos de Deus e O
aceitemos e acolhamos em nós e que deixemos a força d'Ele tomar o lugar de
nossa fraqueza. Todos estamos convidados a fazer isso o tempo todo. Quando, de
fato, o fizermos, reconheceremos, saberemos que não há nada a temer.